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Testemunho de Elenilda Rocha – Moda e Modéstia
Catequese de Maria: modéstia no vestir
1 de abril de 2013
Refutações à algumas críticas ao Apostolado M&M
1 de abril de 2013

Testemunho de Elenilda Rocha

Querida Julie Maria,

Eu – “oliveira selvagem, enxertada em raiz boa” – vou apresentar resumidamente parte de minha “epopeia” em busca da Verdade e da Felicidade. Essa busca começou há pouco mais de dois anos, época em que tudo reclamava em mim uma sincera e sólida transformação. Neste processo, eu, simples serva indigna, deficiente e sem méritos, “tenho noção que não sustento a raiz, mas que a raiz me sustenta, pois contra a minha natureza fui enxertada” (Rm 11, 24).

Eu era como a maioria dos católicos ainda é, resignada num lento aperfeiçoamento, tratava a vida e a salvação eterna de forma ociosa e a minha vocação com superficialidade; não tinha aspirações claras e, por isso, dava passos insignificantes e incertos, manifestando pouco ou nenhum indício de verdadeira santidade.

Antes de tudo, o que mais me surpreende no meu processo de conversão é a forma como Deus agiu: consciente de minha debilidade, Ele usou de outras maneiras além das habituais para me mostrar o Caminho, para me fazer chegar próximo da Verdade e me impelir a experimentar a belíssima Vida do Evangelho. Essa fase é rica de muitos e preciosíssimos detalhes e não seria possível nem necessário relatar tudo aqui, por isso vou focar no objetivo do Apostolado.

Como tudo começou

Quando conheci a Modéstia Católica eu já tinha sido atravessada por aquele desejo de mudança de vida que ultrapassava tudo o que já tinha pensado e imaginado. E esse desejo de mudança tinha me levado a ler todo o Catecismo, mas quando o li, passei ligeiro sobre os números que tratam do pudor, pureza e modéstia, e associei o pudor proposto nele com o meu estilo (que não chegava a ser escandalosa para o mundo nem, tristemente, para a maioria dos católicos). Mas a minha busca pela verdade chegou ao ponto em que estava me questionando sobre a forma como me vestia e até executei algumas mudanças. Mas, levada pela improvisação e pela pressa, à semelhança de Eva, eu tinha mudado o que parecia mais urgente e imediato e tinha permanecido na superficialidade.

Por dom da  Providência fui conduzida ao site “Moda e Modéstia”. Atraída pela palavra MODA eu o acessei sem pretensão. Acho que nem refleti sobre o que significaria a moda modesta. Eu vi primeiro as imagens do “antes e depois” e tive uma ideia do que se tratava; mais tarde, acessando outras vezes, pude perceber que não era um site com dicas de moda como outros sites, e que apresentava como base do seu apostolado a Doutrina Católica.

Eu nunca tinha sido formada sobre a modéstia nas vestimentas e achava que o resguardo que eu mantinha era ideal. Apesar disso, com serena e firme vontade – ancorada nos textos do Magistério – não foi excessivamente custoso abandonar a calça e outras roupas imodestas. Mesmo chegando a pensar que ficaria apenas com uma ou duas peças de roupa no armário, não desisti nem pensei voltar atrás. Percebo que a minha impulsividade quando bem ordenada se transforma em determinação. Se tenho certeza de algo, vou até as últimas consequências. E, hoje, vejo que já progredi na noção de modéstia que tinha e que apenas alguns meses depois de ter iniciado ela, já é muito mais sólida do que no início.

Ainda não pude explorar tudo o que gostaria no site, mas li alguns textos essenciais: Pio XII falando ao Congresso da Alta Costura; Alocução às meninas da Ação Católica sobre a moda e a modéstia, e a Notificação do Cardeal Siri sobre a calça, etc. Eu me deliciei com estes documentos, fiz isso refletindo, detendo-me sobre cada ponto, mas porque o Coração Doce de Jesus já tinha me ganhado, eu não fui indiferente às verdades contidas ali.

Não me lembro exatamente como, mas nesta mesma época luminosa da minha vida conheci também a “Teologia do Corpo” e li também alguns dos seus artigos. Neste período também estava lendo um livro maravilhoso que baixei da internet do então Cardeal Wotyla- “Amor e Responsabilidade”-. Na capa deste livro digitalizado estava escrito a mão seu nome então pensei se tratar da mesma pessoa que falava da Teologia do Corpo; pesquisei e encontrei uma entrevista sua. Aí soube que era a mesma pessoa do site M&M. Achei isso incrível! Uma mulher que também busca a conversão estava participando de perto de mudanças importantíssimas que estavam servindo de suporte para a minha formação como mulher cristã. Eu sentia falta de um exemplo feminino para me auxiliar nessa formação e encontrar alguém que usa com familiaridade os termos “perfeição”, “plenitude da perfeição”, foi muito alentador, epecialmente por ser uma mulher.

A falta de exemplos femininos dignos é um mal presente em nossa sociedade. Hoje somos estimuladas a seguir exemplos de mulheres que chegaram longe em suas carreiras, mas que sacrificaram a vida matrimonial ou que a levam de qualquer jeito. Por isso, agradeço à nossa Terna Mãe por ter me feito conhecê-la e quanto mais leio seus artigos, mas me identifico com suas palavras.

 A modéstia me transformou em muitos aspectos; eu acredito que a mudança em mim começou interiormente, daí a necessidade que senti de mudar a vestimenta mesmo antes de conhecer de fato o que a Doutrina Católica ensina sobre a modéstia no vestir. Mas sem esse suporte objetivo da modéstia católica eu sinto que demoraria muito para chegar à verdades tão profundas; e eu tinha muita urgência! E Deus sabe disso. : )

O caso da calça e da bermuda soroel

Como é importante fazer com que todos conheçam os objetivos da modéstia! Eu nunca tinha pensado que deixaria de usar calças. Para mim, usar apenas saias era coisa de protestante. Mas como você especifica no site, a modéstia católica diverge muito do que as protestantes usam. O real sentido da modéstia e o evitar qualquer tipo de peça vulgar, a maioria delas não conhece.

O que foi essencial para que eu iniciasse minha mudança foi exatamente perceber a imodéstia das calças justas. Como mencionei, eu já tinha mudado por mim mesma – de forma independente – algumas coisas na maneira de vestir. Bem poucas e superficiais. Cito algumas: não usava mais calças justas, passei a usar apenas saroel e calças boyfriend (eu ainda não tinha noção do mal presente nestas peças também). Eu preferia este tipo de calça porque fugia do desconforto das calças justas e parecia estar usando saias, mas com a incutida falsa sensação de praticidade e liberdade” da calça. Algo que, agora sei, é superado por uma saia longa. Outro motivo para eu decidir abandonar a calça justa foi que na minha busca pela perfeição, buscando agir corretamente em todos os aspectos, recordei-me já ter visto muitos médicos afirmarem que as calças fazem mal à saúde da mulher.

Outra coisa que me fez mudar: eu comecei a observar na rua a forma como as mulheres se vestem e qual o tipo de roupa que chamaria atenção de um homem e o faria pecar. Isto tudo antes de conhecer a modéstia. Nossa! Que assustador! Essa experiência, de certa forma, me fez um grande mal porque sinto como que uma “dor na alma”, quase uma dor física, ao ver o corpo da mulher tão rebaixado. Sempre sinto como se fosse o meu próprio corpo, e pior, como se fosse o corpo de Nossa Mãe Santíssima ou de Jesus Cristo sendo usado de forma tão vil. Que horror! Não sei se estou me fazendo entender ou se isto é comum. Mas é algo funesto. É urgente que façamos com que pelo menos as mulheres católicas mais piedosas descubram o mal da imodéstia!

O que motivou também a minha mudança foi pensar no meu futuro esposo. Quando de fato me dei conta do mal que a indecência causa (todos sabem deste mal, mas não reparam, não refletem, e era assim comigo também), senti uma dor interior ao pensar que o meu futuro esposo, caso já buscasse a perfeição cristã, estaria sofrendo muito com a indecência das mulheres; e, caso ainda não buscasse a perfeição, não estaria tendo o mais remoto estímulo para buscá-la, nem por parte das mulheres nem por parte dos homens, que em sua maioria absoluta encara sem embaraço a impureza deste mundo.

Eu pensei então em fazer algum “sacrifício” pelo meu futuro esposo e pelo meu matrimônio; queria também que, se fosse necessário, meu futuro esposo me reconhecesse “de longe”. Que fossem evidentes externamente as virtudes que eu tivesse na minha alma.

Quero partilhar também a primeira luz que Deus lançou em mim nesta área. Isso aconteceu quando eu passei a me incomodar muito com a hipocrisia em usar uma peça de roupa do dia a dia e não usá-la para ir à Missa, visto que Deus está presente conosco todo o tempo e que nosso corpo é templo onde habita a Santíssima Trindade.

Uma peça fundamental que provocou a mudança foi uma bermuda saroel. Eu até cheguei a vestir a peça duas vezes antes de ir à Santa Missa (já que eu não conseguia ver mal algum em usá-la no dia a dia), mas mudei de roupa. Percebi que o problema dela não era só o fato de ser uma peça informal, era também o comprimento, o modelo, o corte, então eu deixei de usá-la. Esta foi uma pequena mudança e a considero importante, mas que não resultaria em sincera conversão, pois ainda havia algumas roupas, como as calças boyfriend e saroel e vestidos que por exemplo, não cobriam o joelho, e que eu ainda achava correto usar na santa Missa e fora dela.  

A modéstia e o desapego

Quando finalmente abandonei todas as roupas imodestas, pensei que ficaria sem nenhuma roupa no armário (rss), mas usei os dons de costura que recebi do Nosso Senhor – já que nunca fiz curso de costureira – para colocar uma barra no único vestido com mangas que tinha e usava com um blusa por baixo e uma saia como forro. Depois, garimpando nas minhas roupas consegui transformar dois vestidos em saias e encontrei algumas blusas que pude usar. Usava estas roupas para ir à Missa e o vestido que citei antes usava para ir a todos os lugares – dentista, faculdade, banco, padaria etc. (rss) Graças a Deus, eu já não me importava com a opinião dos outros ao ponto de ficar preocupada em repetir roupas. Hoje já deixei de usar também essas roupas, com exceção de algumas poucas blusas, por não estarem em total conformidade com a modéstia. Graças a Deus e a amabilíssima Virgem Maria já progredi no conceito de modéstia. ; )

Essas mudanças só foram possíveis porque eu me desprendi de alguns vícios e apegos que eu tinha: o desejo de agradar a quem quer que fosse; da vontade de chamar atenção para alguma parte do meu corpo; da cobiça de ser invejada por outras mulheres; que eu não me deixasse embotar pelo que ia “perder”; pelas incompreensões que iria encontrar necessariamente pelo caminho e não me incomodar com as dores da inadequação.

É preciso também se proteger dos afagos/adulação da moda (você trata bem disto no seu testemunho). Só consegui tudo isso por dom gratuito de Deus que, por amor, tirou tudo o que eu “pensava ter”, principalmente do que, fora de Deus, eu julgava essencial no progresso na perfeição. Tirou-me tudo e tive que contar apenas com Ele! E Ele não me desamparou!

O exemplo de Pedro foi dos que me inspiraram neste sentido, pois quando andou sobre as águas ele não estava carregando nada, nem tinha olhos para o quer que fosse de passageiro, apenas olhava para Jesus!

Nosso Senhor é mesmo muito misericordioso; foi assim que pude sentir com muita força a sua mão reconstruindo as minhas ruínas e ouvi ressoar em fecundidade aquela resposta inventiva dizendo: “deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. Talvez depois disto dê frutos” – Lc 13,8.

Parabéns pelo belo Apostolado!

Que a Virgem Maria, sinal vivo e seguro de esperança e consolação, alcance-lhes a graça de continuar anunciando com coragem a civilização da “Verdade e do Amor”!

Elenilda Rocha,

infíma serva de Cristo, católica, solteira, vocacionada ao matrimônio, ávida por Perfeição Cristã.