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Moda Modesta: sinal de contradição

Por Julie Maria

Como católicos obedecemos a Santa Igreja e nos inspiramos nos santos que há 2000 nos guiam para entrar na porta estreita. Muitos querem escutar o que o nosso amado Papa Bento XVI tem a nos ensinar sobre a modéstia. Entre elas, eu me incluo! Quem não quer escutar o Pastor de nossas almas nos ensinando sobre tema tão importante para nossa salvação? No entanto, este santo desejo que carregamos no coração não nos deve fazer desprezar o que os Papas, os santos e as autoridades da Igreja já falaram sobre isso. Sabemos que na Doutrina católica nenhum Papa contradiz ao outro e por isso os discursos do Pio XII sobre este tema devem ser estudados com muita docilidade por aqueles que desejam crescer na virtude da modéstia. Devemos implorar a virtude da humildade para aprender e viver o que ele nos ensina.

Desde São Pedro – que ordena a modéstia para as mulheres – e São Paulo – que exorta que a impureza não seja nem mencionada entre os cristãos! – temos os escritos de São Agostinho, São Crisóstomo, São Jerônimo passando por Santo Tomás de Aquino até chegar nos discursos de Pio XII[1]: todos, sem exceção,  foram instrumentos de Deus para nos ensinar sobre a modéstia e com docilidade devemos aprender deles.

Não é casualidade que no tema da moda e da modéstia, o que temos de mais recente no Magistério são os discursos de S.S Pio XII. Seu pontificado durou de 1939 a 1958 e ele, como Papa, presenciou uma mudança brutal da moda feminina e viu como a mídia, especialmente o cinema, iria influenciar a depravação da moda[2]. Por isso ele nos exortou com palavras fortes e com autoridade que não sejamos escravos da imodéstia, mas que tenhamos na nossa frente exemplos como os da Santa Felicidade que em pleno martírio se preocupou em arrumar o vestido depois de ter sido jogada do alto pelo animal selvagem, “porque ela dava mais importância à modéstia do que à dor”.[3]

Estamos sendo inspiradas por esta sede de santidade ou estamos tentando encontrar um “jeitinho” de agradar a Deus e ao príncipe deste mundo na nossa forma de vestir? Quando usamos a palavra “equilíbrio” estamos tendo qual parâmetro de comparação entre os dois “extremos”? Com o coração cheio da visão da moda mundana será muito difícil agradar a Deus e sempre buscaremos um falso “equilíbrio” com a moda atual. Por que “falso”? Porque a moda atual não é modesta e não temos como compactuar com ela. Seria como servir a dois senhores ao mesmo tempo.

Noto muitas pessoas com medo de passarem por “ridículas” sendo modestas. “Ridícula para quem?”, é a pergunta que deve ser feita em seguida. O que é “bonito” para o mundo, o que é colocado como modelo nas vitrines, nas capas de revistas, nas novelas, nas passarelas e no “tapete vermelho” não agrada a Deus, e é de fato, ridículo. Conclusão óbvia: o que agrada ao impuro não agradará ao puro, e muito menos ao Autor da Pureza, que disse que era preferível entrar puro no céu, sem mão e sem pé, do que com o corpo inteiro – impuro – ser jogado no inferno.

Outro medo frequente é a ideia equivocada que para ser modesta devemos estar vestida com “um saco de batata”, cofundindo a modéstia com a feiura – quando na realidade a modéstia é a autêntica beleza e elegância! Para se inspirar, veja quantos modelos – todos diferentes e belos – temos nesta página de roupas e nesta página de saias, além das fotos que temos aqui mesmo no nosso site. Quanta diferença da ditadura uniformizada de “calça e camiseta” que impera na mundana!

É com muita dor que vemos como a moda moderna ofende muito a Deus[4], a tal ponto que a Santa Igreja, numa oração nos ensina a rezar, “em reparação pela imodéstia no vestir”. Primeiro temos que mudar o nosso modo de vestir para rezar esta oração, mesmo reconhecendo que a mudança do guarda-roupa, por vários fatores, ocorre lentamente[5]. E a mudança do vestir vem com o desejo de amar a agradar a Deus, em outras palavras, vem no nosso caminho de conversão. Não é de um dia para o outro que começamos a amar a modéstia, mas se amamos a Deus, Ele virá “terminar a obra que começou” em nós e como eu desejo ardentemente que Ele termine sua obra em mim!

Com certeza uma mulher modesta chamará atenção na sociedade paganizada e imodesta que vivemos. Mas chamará a atenção de uma maneira diferente, de uma forma que eleve e eduque o homem, que seja uma luz na sociedade! A mulher modesta não mostrará os seios, os ombros, a coxa e não mostrará a forma do seu corpo. Ela sabe que foi comprada por um magnum preço, reconhece a sua dignidade de filha de Deus e quer salvar os seus irmãos da impureza.[6] Ela será diferente da maioria das mulheres, já que hoje, até entre as católicas, é raro encontrar uma mulher modesta e por isso ela será um sinal de contradição. E é bom que assim seja, porque “o vestuário não deve ser avaliado segundo a estima de uma sociedade decadente ou corrupta, mas de acordo com as aspirações de uma sociedade que premia a dignidade e a seriedade da sua veste pública.”[7]! Agora se alguém não enxerga que estamos vivendo numa sociedade decadente, peço desculpas, mas este artigo não lhe será útil.

Um perigo que todos corremos é fazer uma “imagem” estática da veste modesta limitada a nossos gostos pessoais. Seria infantil alguém pensar que as fotos que coloco nos álbuns do meu blog “esgotam” a infinita criatividade que Deus nos deu para criar roupas modestas. Busco naquelas poucas fotos, recuperar algo da referência de feminilidade que não vemos nas ruas ou nas novelas. Mas estamos apenas no início do apostolado e, no entanto, toda obra de Deus começa como uma semente de mostarda.

Por isso, animo a todos os católicos a nos unirmos numa Cruzada pela Modéstia. Renderíamos mais nossos talentos estando unidos, mostrando aquilo que seja o mais modesto possível – para elevar a sociedade de tanta depravação moral e reparar tanta ofensa feita a Nosso Senhor – do que debatendo para encontrar um “falso equilíbrio” e nos contentando com roupas “quase modestas”, que se tornam na prática, bem imodestas.

A modéstia é bela aos olhos de Deus e é Seu desejo que sejamos modestas. E assim como quem ama a Deus não ama o mundo, quem ama a modéstia não ama a moda do mundo. Se quando a sociedade era cristã as vestes “que todos usavam” agradavam a Deus, hoje não é mais assim. Então, o critério da pessoa imodesta e paganizada não serve para nós:

“Vocês que arrumam piedosamente o altar e o tabernáculo, jamais devem esquecer que vós mesmas carregam Deus dentro de vocês pela graça que habita em suas almas. Esta presença divina não faz apenas sua alma, mas também do seu corpo, um templo santo: “Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? …Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?’”[8]

Será que não estamos muito apegados à concupiscência dos olhos e surdos ao chamado de sermos “mártires da modéstia”, martírio bem necessários nos dias de hoje? Pela moda uma nação escolhe se quer ir para o céu ou para o inferno. Este não é um tema menor e estamos perdendo uma oportunidade valiosa de ser um sinal de contradição: simplesmente com a nossa maneira modesta de vestir elevamos a sociedade! Que responsabilidade, que honra, que missão!

Não esqueçamos jamais que não estamos sozinhos: os mártires de todos os tempos intercedem por nós e ficariam felizes se tivéssemos estas palavras, ditas pelo Papa Pio XII, gravadas com fogo no nosso coração:

“Moda e modéstia deveriam caminhar juntas como duas irmãs, porque ambos os vocábulos tem a mesma etimologia; do latim “modus”, quer dizer, a reta medida além e aquém da qual não se pode encontrar o justo. Mas a modéstia não é mais moda! Muitas mulheres, como aqueles pobres e tolos que perderam o instinto de auto-conservação e a noção do perigo e se atiram no fogo ou nos rios, esqueceram da modéstia cristã por vaidade e ambição: vão miseravelmente ao encontro de perigos onde sua pureza pode encontrar a morte. Se entregam à tirania da moda, até da moda imodesta, como se não suspeitassem mais, nem mesmo da sua inconveniência; perderam o próprio conceito do perigo, perderam o instinto da modéstia. Para ajudar estas pobres mulheres a reconhecer o seu dever servirá o seu apostolado, sua cruzada no mundo: ‘modestia vestra nota sit omnibus hominibus Dominus prope’” (Fil 4, 5)”[9].

Que a Virgem Maria, Rainha da Modéstia, venha em auxílio dos cristãos!

Julie Maria

Para começar um estudo sobre a modéstia indicamos este artigo.

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[1] Para a leitura destas autoridades sobre o tema indico o Handbook of Modesty

[2] Num discurso para as meninas da Ação Católica sobre a sua cruzada da pureza o Papa Pio XII disse “Não é verdade que está à vista de todos uma moda que é tão exagerada para ser apropriada para uma garota cristã? E o cinema não apresenta agora produções antes apresentadas apenas em lugares que ninguém ousaria pisar o pé?” 22.5.41

[3] S.S. Pio XII, 6.10.09

[4] Nossa Senhora em 1917 disse à Jacinta que viriam modas que iriam ofender muito  a Nosso Senhor. Alguém duvida que sejam as modas de hoje?

[5] Os dois principais fatores são: não se encontra facilmente moda modesta nas lojas e o fator econômico, pois mudar um guarda-roupa não é coisa barata.

[6] “Nós devemos salvar as nossas almas e as de nossos irmãos. Hoje o perigo é com certeza maior, porque os meios de excitar as paixões, antes bem restritos, tem se multiplicado enormemente. Professo na pintura, publicações baratas e luxuosas, fotografias, ilustrações, produções artísticas de todo tipo, cor e preço, filmes, shows variados, e outras centenas de meios, apresentados secretamente e abstrusamente  as atrações do mal, e tornando-os acessíveis a todos – velhos e novos, mulheres e garotas.” S.S Pio XII 22.5.41

[7] S.S.Pio XII

[8] S.S Pio XII 6.10.09

[9] S.S Pio XII 6.10.09 citando Fil 4, 5: “Seja conhecida de todos os homens a vossa moderação”. (tradução da palavra “modéstia” na Vulgata)