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Como se viola a pureza no vestir – Moda e Modéstia
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Como se viola a pureza no vestir

Por Donald P. Goodman III  

Trecho do livro “Handbook of Modesty”, de Donald P. Goodman III. Pg. 27.

A pureza pode ser violada por ação exterior ou pelo vestuário de duas maneiras. A preocupação aqui é apenas o vestuário, já que as violações de pureza na ação exterior são abordadas minuciosamente mais adiante neste manual*.  As duas formas de violação da pureza no vestir são a exposição e a ênfase indevida.

A exposição é cometida no vestuário, quando as partes sexuais do corpo são simplesmente expostas. Ela pode ser cometida pela exposição da carne ou pela exposição da forma:

Exposição da carne é a simples exposição dos órgãos sexuais do corpo, isto é, revelando-os, ao não colocar nada entre eles e os olhos dos expectadores. A exposição de carne pode ser feita através da remoção de tudo aquilo que cobre as partes sexuais do corpo ou através de uma cobertura que é transparente ou translúcida. Isto inclui as peças de vestuário que escondem enquanto revelam, através de muitos pequenos buracos ou, simplesmente, em parte pelo tecido transparente, na verdade, aplicam-se ainda mais a eles, desde que a exposição completa não deixa nada à imaginação, enquanto a exposição parcial deste tipo atormenta as paixões e leva ao desejo de um melhor conhecimento do que está escondido.

A exposição da forma, por outro lado, é a revelação da forma das partes sexuais do corpo ao mesmo tempo em que estas são mantidas, pelo menos nominalmente, cobertas. O agressor mais freqüente a esse respeito é a roupa que está demasiado apertada. Tal exposição cai sob a mesma censura que a exposição parcial da carne: envolve a curiosidade sensual do observador, levando-o a um desejo mais explícito e, conseqüentemente, a um maior pecado.

A ênfase indevida, por outro lado, é cometida quando uma roupa dá uma ênfase muito grande às partes sexuais do corpo. Nenhum vestuário vai ser tão perfeito em ocultar completamente todas as partes sexuais; há necessariamente que existir alguma revelação da forma do corpo, por exemplo. No entanto, quando essa revelação é deliberadamente aumentada ou maximizada pela roupa, uma ênfase indevida aconteceu.

Padrões ou letras que chamam a atenção do expectador para as partes sexuais do corpo são os meios mais freqüentes de violar a modéstia desta maneira. A moda atual de pintar certas frases em toda a parte traseira da roupa, por exemplo, atrai os olhos para essa parte sexual do corpo e, conseqüentemente, enfatiza inadequadamente tal parte.

A conformidade com a modéstia no vestir no que diz respeito à pureza exige simplesmente evitar pecados que são facilmente evitáveis. Nenhuma parte sexual do corpo pode ser exposta, através de simples exposição ou através da ênfase imprópria. Resta, no entanto, determinar quais partes do corpo são consideradas “partes sexuais” e quais não são. Isso requer um simples inquérito em dois passos:

1. Esta parte do corpo faz parte do ato sexual diretamente, ou ela é tão comumente associada ao ato sexual que a sua exposição trará o pensamento para o ato sexual? Obviamente, os próprios órgãos sexuais são partes sexuais; outros qualificados são a parte traseira, os seios femininos, e as coxas.(12) O fato de que uma parte poder ter usos não-sexuais (as coxas, por exemplo, podem ser usadas para caminhadas, ou os seios para alimentar as crianças) não a impede de ser uma parte sexual. Alguns argumentam que a permissão que algumas culturas dão para expor essas partes prova que estas não são partes sexuais por natureza, mas apenas pela cultura. Este argumento, no entanto, levanta a questão. Assume-se que qualquer parte que é culturalmente permitida a ser exposta não é uma parte sexual, um pressuposto que é obviamente falacioso. O argumento é mais usado é sobre os seios femininos, no entanto, pode-se também argumentar que a permissão cultural americana de expor as coxas significa que os americanos não consideram as coxas sexualmente excitantes. Ambas as proposições são claramente erradas.

2. Esta parte do corpo é tão intimamente próxima a uma parte sexual que a sua exposição trará o pensamento para o ato sexual? Claramente qualificada seria a região da barriga, especialmente nas mulheres, pois está localizada entre duas partes claramente sexuais; as partes superiores dos seios femininos, que são muitas vezes expostas (e apreciadas luxuriosamente pelos indecentes sob o termo de “clivagem”*), e possivelmente outras partes.

Se a resposta a qualquer destas perguntas é “sim”, então a parte deve ser escondida, e revelá-la é levar os outros a luxúria. Devemos ser cautelosos para não expor as partes do corpo sem querer, também. Muitas mulheres católicas, por exemplo, têm a intenção sincera de cobrir-se modestamente, mas regularmente expõem partes de seu tronco através de suas camisas sem mangas. As camisas sem mangas são, ou apertadas o suficiente para reduzir a exposição através dos orifícios por onde passam os braços, e neste caso, provavelmente, expõem a forma dos seios, ou são soltas o suficiente para não expor a forma dos seios, mas neste caso expõem o torso através das aberturas das mangas. Em geral, então, camisas sem mangas são indecentes, e tanto estas quanto os vestuários similares, que sem querer (e muitas vezes de forma inesperada) são indecentes devem ser evitados. Atenção especial deve ser dada a cada nova peça de vestuário e cuidado deve ser tomado para que nenhuma imodéstia seja cometida, mesmo aquela que não é imediatamente aparente quando se considera a natureza do vestuário em questão. Boas intenções são excelentes, mas as boas intenções informadas pelo conhecimento são ainda melhores.

É importante notar, contudo, o que a modéstia não exige. A modéstia não exige que todas as mulheres católicas se vistam em sacos de batatas, com um aro ao redor do pescoço para evitar qualquer revelação da forma. Como foi dito acima, é impossível evitar toda a revelação da forma no vestuário, além disso, nem sequer seria desejável evitá-lo, uma vez que a forma humana não é em si mesma um mal. Na verdade, o corpo humano é um grande bem e o Apóstolo até chama nossos corpos de “o templo do Espírito Santo.” (13)

Como um grande bem, é necessariamente uma coisa muito bonita, e a modéstia não proíbe o gozo da beleza. Por conseguinte, a revelação da forma do corpo não é simplesmente indecente; é uma prática da mais alta modéstia, uma vez que envolve a honestidade em relação ao valor real do corpo. A modéstia exige apenas que o corpo seja admirado por sua beleza, não pelo seu potencial para satisfazer a lascívia. A exposição do corpo deve, então, ser de natureza tal a mostrar decentemente a beleza do corpo humano, evitando a exposição dos órgãos sexuais de tal forma que os espectadores sintam-se tentados à luxúria. Este manual não é um guia de moda, e não pode apresentar normas para esta exposição, ele pode apenas sugerir que as modas anteriores, mais felizes, de tempos mais católicos sejam analisadas como guias para o belo e também puro vestuário modesto.(14)

* Manual que pode ser lido por completo aqui
12. Note que isso não pretende ser exaustivo.
13. Cor. 6,19.
14. Isso não quer dizer que estas modas devem ser servilmente imitadas, mas apenas que duvidosamente fornecem algumas orientações em discernir como a beleza do corpo pode ser mostrada sem cometer pecados de imodéstia. Muitas formas modernas de se vestir sem dúvida igualmente realizar, ou com algumas modificações poderiam também realizar, este fim.
Nota da tradutora: *No original “cleavage”, na língua portuguesa “clivagem”: linha formada entre os seios da mulher, que aparece em certos decotes.

Traduzido por Andrea Patrícia