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O dom da diferença sexual e a moda unissex – Moda e Modéstia
Padre Pio insistiu na modéstia
22 de fevereiro de 2010
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22 de fevereiro de 2010

O dom da diferença sexual e a moda unissex

April 10, 2016 - Mumbai, India: Kate plays a jumping game with children during a visit the cricket ground in Mumbai. (Robin Nunn/Nunn Syndication/Polaris) ///

Por Julie Maria

 Nossa sociedade está desorientada em relação à identidade sexual, e até a novela infanto-juvenil global “Malhação ID” – reconhece isso. Um site comentando a mudança do nome desta trama explica: “A mudança do nome se deve a mudança de foco na trama que passa a investir cada vez mais a conturbada busca pela identidade que tanto aflige esta geração”.

 Existe um problema de identidade sexual, e isso parece ser de conhecimento de todos. A questão é: qual a resposta, a solução, a luz no meio desta grande confusão?

 Como católicos não temos dúvida que a Revelação de Deus nos ensina a resposta mais adequada e mais plena para esta inquietude. De forma clara o CIC n. 2333 nos ensina: “Cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua identidade sexual.”

 Aqui está a chave da questão: reconhecer e aceitar a identidade sexual dada por Deus. A nossa identidade sexual não é fruto de “construções históricas” ou de “invenções humanas”. Que o ser humano exista como “homem ou mulher” é desejo de Deus, e nisso devemos nos maravilhar! Sim! Maravilhar-nos!

 Lemos nas catequeses do Papa João Paulo II:

 Seguindo a narrativa do Livro do Gênesis, verificamos que a «definitiva» criação do homem consiste na criação da unidade de dois seres. A sua unidade denota sobretudo a identidade da natureza humana; a dualidade, porém, manifesta o que, com base em tal identidade, constitui a masculinidade e a feminilidade do homem criado.[1]

 Será difícil entender isso enquanto estivermos presos numa mentalidade onde a reconhecer e aceitar a identidade sexual dada por Deus – é aceitar uma “imposição de estereotipo”; nos falta ainda o maravilhar-nos pelo fato que ser homem ou ser mulher é a maneira com que o Criador nos fez para que pudéssemos refletir o amor da própria Santíssima Trindade!

 A nossa vocação é amar, amar como Deus ama, e nós sabemos que Deus é uma “Comunhão de Amor e de Vida entre Três Pessoas Divinas”. Justamente através da comunhão pessoal entre um homem e uma mulher possibilitada pela diferença sexual que os atrai – realizada no santo matrimônio – o amor conjugal está pronto para refletir o amor divino!

 É tão bela e nobre a diferença sexual que nos deve fazer parar e meditar sobre ela. Deus nos cria à Sua Imagem, mas o que isso quer dizer e o que tem a ver a diferença sexual? O Catecismo n. 369 nos ensina:

 Deus é puro espírito, não havendo nele lugar para a diferença dos sexos. Mas as perfeições do homem e da mulher refletem algo da infinita perfeição de Deus: as de uma mãe e as de um pai e esposo. Criados conjuntamente, Deus quer o homem e a mulher um para o outro.

As nossas diferenças sexuais nos possibilitam a entrar em comunhão e refletir algo da infinita perfeição de Deus, as de uma mãe e as de um pai: eis aqui a razão mais profunda de sermos criados como homem ou mulher!

 Podemos perceber que longe de ser um “estereotipo forçado”, o altíssimo dom da masculinidade e feminilidade é algo que nos permitir refletir a comunhão querida por Deus “desde o princípio”, ao criar-nos “homem e mulher”. E Ele faz isso ao inscrever no nosso corpo o desejo de união pessoal. Esta união é querida por Deus quando diz: “o homem deixará o pai e a mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne”[2].

Este parágrafo da catequese nos ajudará a compreender esta realidade:

 “A função da imagem está em espelhar aquele que é o modelo, reproduzir o seu protótipo. O homem torna-se imagem de Deus não tanto no momento da solidão quanto no momento da comunhão. Ele é, de fato, desde «o princípio» não só imagem em que se espelha a solidão duma Pessoa que governa o mundo, mas também e essencialmente, imagem duma imperscrutável comunhão divina de Pessoas.”[3]

 Quanta diferença entre este plano divino – que supera tudo o que podemos desejar – e a ideologia do gênero que promove uma total indiferença e desprezo com respeito à criação dos dois sexos, homem e mulher. A Teologia do Corpo nos ajuda entender o fundamento antropológico e bíblico que está por detrás da realidade do “ser homem” e do “ser mulher” e a partir disso a querer refletir no exterior – na veste – este dom que recebemos da mão do Pai.

 Na prática, podemos olhar à nossa volta e perceber como a chamada “moda unisex” quer destruir exatamente esta “dualidade” que Deus quis para nós. Esta “moda” quer impor um “único modo de vestir” tanto para os homens quanto para as mulheres e daí o seu nome… nada original: uni-sex!

 Mas nós, co-herdeiros do céu, estamos chamados a refletir no exterior – no nosso modo de vestir – este dom magnífico que Deus nos deu e por mais que nos custe sacrifícios devemos nos purificar destas falsas imagens da “moda unisex” para ser a Imago Dei para o qual fomos criados e assim receber com reverência e gratidão o dom da nossa diferença sexual: “criou o homem e a mulher” [4]!

 A Igreja não aceita nem o machismo nem o feminismo: ambos são distorções do plano de Deus. A Igreja proclama no n. 329 do seu Catecismo: “O homem e a mulher são criados, isto é, são queridos por Deus: por um lado, em perfeita igualdade como pessoas humanas e, por outro, em seu ser respectivo de homem e de  mulher. “Ser homem, ‘ser mulher” é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível que lhes vem diretamente de Deus, seu Criador.”

 Quando nós, por graça divina, vemos como é esplêndido o Seu plano ao nos criar “homem” e “mulher”, temos o desejo profundo de ajoelhar-nos e agradecer à Santíssima Trindade por nos permitir viver a nossa identidade sexual na sua plenitude; plenitude  que é “loucura” para os que seguem a “moda unisex”, mas para os cristãos é uma força que vem do Alto e que enche o coração de paz e alegria! Pois nada nos faz mais feliz que ser aquilo que Deus quer de nós!



[1] Papa João Paulo II, Audiência Geral do dia 14 de Novembro de 1979

[2] Mt 19, 5

[3] Papa João Paulo II, Audiência Geral do dia 14 de Novembro de 1979

[4] Gn 1, 27